sexta-feira, 10 de julho de 2009

Capítulo 4 – Revelações

Chegou a noite de mamãe sair com a Ana. Como mamãe já estava intima da casa, foi entrando sem bater.
_ Oi, Ana! Já estou pronta. Mas, Ana não gostou nada de ver mamãe vestida com a mesma roupa de sempre.
_ Você vai assim? _ Como assim «assim»? _ Você não pode ir vestida deste jeito. _ Mas, eu não tenho outra roupa melhor Ana. _ Tem sim. Porque você não coloca aquele vestido que você veio jantar outro dia aqui em casa? _ Mas, a gente só vai ao parque, não vejo nada de errado com minha roupa. _ É verdade; só que depois nós vamos jantar no «Chez Moi» e você não pode ir num restaurante fino vestida assim. Mamãe e Ana só sairam depois que Ana convenceu-a a vestir o outro vestido. Elas foram no carro do Santos, mas foi mamãe quem dirigiu, pois Ana não sabia dirigir. Segundo ela, isto era coisa para homem. Ana se apresentou no parque, mas não havia muita gente. Mamãe se divertiu, Ana era muito talentosa e mamãe não conseguia imaginar porque ela não seguia carreria. Depois da apresentação Ana e mamãe foram ao «Chez Moi».
_ Você não gostou da comida Ciça? _ Não, gostei sim. É que estou me sentindo meio enjoada. _ Eu percebi que você anda meio abatida. Você deveria ir ver um médico, menina. Pode ser uma anemia. Você se esforça de mais e anda comendo muito pouco eu percebi que você também não comeu quase nada em casa semana passada, até achei que você não tivesse gostado. Mamãe resolveu se abrir com Ana, afinal há dias ela guardava este segredo.
_ Não é nada disso Ana. Sua comida estava ótima; é que venho enjoando muito nos últimos dias. A gravidez da Alisa foi tão diferente... Eu estou grávida Ana. Ana levou um susto, ela não podia acreditar nos seus ouvidos: grávida!!!!
_ Como? _ Eu estou grávida e não sei como contar ao meu marido? _ Nem sei o que te dizer Ciça!!!
_ Não tem o que dizer. Eu preciso contar ao Dé, mas com todos os problemas que temos enfrentado e ele vem trabalhando tanto para nos sustentar. E agora mais esta despesa. _ Querida, não pense no seu bebê como uma despesa. É um presente de Deus.
_ Eu sei Ana desculpe-me. É que...
_ Eu entendo, querida. Ana e mamãe terminaram a refeição no mais completo silêncio. Cada ma refletindo do seu lado a situação. Depois do jantar, elas se sentaram um pouco no parque.
_ Seus pais não podem te ajudar? _ Minha mãe morreu quando eu tinha 6 anos. E meu pai... Bem, meu pai... Não é o tipo de pessoa com quem eu possa contar. Ana sentiu pena da fragilidade de mamãe, mas ela não sabia como ajudar.
_ Ciça, acho melhor você falar com seu marido logo. Adiar o problema não vai resolver nada. _ Você tem razão Ana, mesmo porque logo minha barriga vai começar a crescer. Mamãe chegou em casa decidida a abrir o jgo com meu pai, mas digamos que a recepção não foi das melhores.
_ Oi, amor! Papai não estava nada de bom humor e foi logo gritando.
_ Isto são horas de chegar Ciça?!? Já passam das 22 horas!!! Por acaso você se esqueceu que tem uma filha para criar?!? _ Nossa Dé que exagero!!! E precisa gritar deste jeito!!! Os vizinhos vão pensar o que? Desculpe se demorei, mas Ana me convidou para jantar no «Chez Moi», eu não podia negar. _ Você endoidou de vez Ciça?!? Comer no «Chez Moi» custa uma fortuna e agente mal tem dinheiro para o mercado.
Mas, no calor da briga mamãe acabou falando mais do que devia...
_ Foi a Ana que pagou, tá bom! E se você me deixasse trabalhar fora nós teriamos mais dinheiro. E não precisariamos passar necessidade. Afinal, as crianças vão precisar de brinquedos, roupas...

Mas, mamãe se arrependeu no instante seguinte; afinal não era o melhor momento de contar a papai sobre a gravidez.
_ Que crianças?!? Do que você está falando Cecilia? Nós só temos a Alisa. Mamãe não poderia voltar atrás agora.
_ Eu estou grávida Dé. Papai levou um choque, ele não espera mais isto agora. Sua cabeça estava a mil; mais uma criança, mais uma despesa... Ele já estava trabalhando além dos seus limites, o que eles iriam fazer agora????
_ Como assim grávida?!? Você não pode estar grávida? É alguma brincadeira, não é?!? Isto só pode ser um pesadelo!!! Mamãe perdeu totalmente e paciência.
_ Como assim grávida?!? Grávida, grávida... Ou agora eu preciso te explicar como os bebês são feitos. _ Eu posso não ter estudado nos melhores colégios como você; mas eu também não sou ignorante. Só não entendo como você pode ficar grávida logo agora. Alisa começou a chorar com a gritaria. E mamãe não podia mais com aquela discussão.
_ Olha André, acho que não é o melhor momento para discutirmos isto. Eu vou olhar a Alisa e amanhã nós discutimos este assunto quando você tiver com a cabeça no lugar. Os dois só se olharam sem mais nada dizer.
Pela primeria vez desde que se casaram, meus pais dormiram separados.
Papai na sala... ... e mamãe no quarto. No dia seguinte, papai saiu logo cedo sem falar com minha mãe. Ele foi fazer exercicio, ele precisava extravasar toda raiva que estava sentindo antes de voltar a falar com mamãe. Minha mãe se escondeu nas suas plantas. Ela precisava se ocupar para não desmoronar em prantos.
E foi assim que papai a encontro-a...
_ Ciça... nós precisamos conversar. Mas, mamãe não respondeu continuou mexendo nas plantas. Papai insistiu.
_ Por favor Ciça. Eu sei que fui grosso contigo ontem. Por favor me desculpe?!? Mamãe acabou cedendo, pois ela não queria ficar brigada com papai.
_ Você me magou muito ontem, Dé. _ Eu sei fofucha. E te prometo que vou tentar me controlar, pois você sabe como eu sou cabeça quante. Mas, quando você demorou para voltar eu fiquei imaginando coisas terriveis. Que você poderia encontrar seu pai, ou melhor o Leonardo... que você poderia abandonar Alisa e eu. Mamãe entendia as aflições de papai, mas...
_ Dé, você tem que parar com isso para nosso bem. Foi você que eu escolhi, o Leonardo é passado. Quanto a papai, mas dia menos dia a gente vai se cruzar. Ele pode até viver do outro lado do rio no bairro mais chique da cidade, mas ainda é na mesma cidade. E de mais a mais é você o homem que eu amo; e nada, nada entendeu? Vai mudar isso. Ouvir minha mamãe falar assim, mexeu fundo com os sentimentos do meu pai.
_ Eu sei fofucha. Eu também te amo muito. Mas... _ Vem cá, me dá um abraço. E vamos parar com esta briga boba; afinal nós nos amamos e é isto que conta. _ Fofucha. Eu prometo que vou fazer de tudo para nós sermos felizes: a Alisa, o novo bebê, você e eu. _ Eu sei querido. E é por isso que eu te amo tanto. Finalmente a paz voltar a reinar em casa um por bom tempo depois disto.

4 comentários:

  1. ai ameeeeii !!!!!!!!!!!!! muito criativoo !!!! :] ta de parabens
    oq mais me intrigou é que sao casos que acontecem no nosso dia-a-dia ! muito bom ! nota 1000000000000000000000000000

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  2. Tara diz: legal mais kade a outrra parte

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